quinta-feira, 1 de abril de 2010

The Garden Of Everything



The Garden Of Everything

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And so here we are
Lovers of lost dimensions
Burning supernovas of all sound and sight
Every touch, a temptation
And for every sense, a sensation

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Uma garotinha de cabelos alaranjados andava pelo jardim, olhando para os lados e eventualmente, abaixando-se e checando embaixo das cadeiras e mesas no jardim. Ao se abaixar pela quinta vez, encontrou um garoto loiro e de olhos azuis grandes e claros.

- Achei você. Sua vez. - ela disse, sua voz saiu um tanto inexpressiva. O garoto resmungou alguma coisa em voz baixa, tampou os olhos com as duas mãos e começou a contar.

Um.

A garota procurou um canto no jardim que não fosse óbvio, como o que o Aidou escolhera. Ele era o pior nesses jogos, sempre era ele a contar.

Dois.

Cadeiras, moitas, mesas. Tudo óbvio demais. Aquela obviedade a irritava. Desejou, por segundos, que o jardim fosse maior e que houvesse milhares de esconderijos e passagens secretas por entre as flores e árvores ali presentes.

Três.

O canto mais escuro do jardim. Havia rosas espinhentas e lilases por lá. Era o canto de Kaname. Não. Ninguém deveria aproximar-se do canto de Kaname, era uma regra entre aquelas crianças, para que o garoto pudesse pensar que sempre escolhia os melhores lugares para se esconder. Aliás, se Kaname queria brincar de algo, era disso que iam brincar e não haviam discussões. O que um sangue-puro diz deveria ser obedecido sem questionamento, mesmo que fosse uma criança a dar ordens às outras crianças.

Quatro.

É, o jeito eram cadeiras ou mesas. As moitas iriam maltratar o tecido delicado de seu vestido.

Cinco.

Mas embaixo de qual cadeira ou mesa seria melhor de se esconder? Perto do canto de Kaname, havia uma mesa pequena coberta por uma toalha. Era uma boa.

Seis.

Uma garota de cabelos louros pálidos e cinzentos, Ruka, resmungou, aos sussurros:

- Saia daqui, Touya, esse esconderijo é meu.

Era sempre Ruka que queria estar próxima de Kaname.

Sete.

Droga, logo na hora que encontrara um esconderijo bom!

Oito.

Se não arrumasse um esconderijo bom, Aidou iria...

Nove.

...encontrá-la, e ela não era de perder nesses jogos. Olhou em volta, quase em pânico por um esconderijo.

Dez.

Uma mão a puxou. Ela ficou um pouco atônita, mas logo identificou que estava embaixo de uma mesa.

E lá vou eu.

Com Senri.

O garoto levou o dedo indicador à boca, pedindo à garota que fizesse silêncio. Ela apenas o olhou, reprimindo o instinto de soltar um gemido assustado.

Aidou procurou embaixo das mesas, atrás de moitas, e nada. Suspirou de desânimo. Não era bom nesses jogos. Mas Kaname gostava, então eram todos obrigados a brincar.

Senri a olhava sem desviar os olhos. Rima retribuía o olhar, sem dizer nada.

Rima, visivelmente irritada com a brusquidão das ações, teimou em resmungar algo ao ruivo, que apenas a olhava, mas toda e qualquer palavra foi impedida por mais um gesto repentino de Shiki.

O beijo fora rápido, mas o efeito desejado fora praticamente instantâneo. Os lábios da garota mal havia sentido o calor dos lábios dele quando ele abriu os olhos e se afastou, com um sorriso que apenas relampejou em seu rosto. A garota olhava-o surpresa, e pelo menos, alguma expressão veio a tomar conta de seu rosto: a dúvida. E novamente, ele levou o indicador à boca pedindo o silêncio da garota.

Ela nunca saberia se era para manter segredo sobre o beijo ou sobre o esconderijo onde estavam.

- Achei os dois! - disse por fim, Aidou, interrompendo qualquer conversa que viesse a surgir ali.

Rima por muito tempo se lembraria daquele beijo.


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